04/06/2025 – Vaticano
O papa Leão XIV fez, nesta quarta-feira (4), sua primeira ligação oficial para o presidente Vladimir Putin, segundo comunicado divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé. No diálogo, o pontífice pediu que Moscou faça um “gesto que favoreça a paz” na guerra na Ucrânia, e ressaltou a importância do diálogo como instrumento para buscar soluções ao conflito.
Além do apelo pela paz, a conversa também abordou:
- A situação humanitária no leste da Ucrânia e a necessidade de ampliar ajuda humanitária aos civis.
- A troca de prisioneiros, destacada como elemento-chave para facilitar o avanço de negociações.
- A cooperação com o patriarca Cirilo, líder da Igreja Ortodoxa Russa, destacando valores religiosos universais como base para a paz.
Kremlin confirma sem avanços concretos
Fontes do Kremlin informaram que, apesar da atmosfera cordial, não houve proposta de cessar-fogo ou cronograma para negociações de paz. Putin teria afirmado que deseja uma solução diplomática, ao mesmo tempo em que acusa o governo ucraniano de escalar o conflito.
Paralelamente: Putin liga para Trump após ataques com drones
Também nesta quarta, Putin manteve uma ligação de cerca de 65 minutos com o ex-presidente Donald Trump. Trump descreveu o chamado como “bom” e informou que Putin teria afirmado que “terá que responder” aos recentes ataques ucranianos com drones em bases militares russas.
Contudo, segundo o ex-presidente, o contato não deve levar a uma paz imediata. O diálogo também incluiu menções à situação no Irã e ao controle de armamentos nucleares.
Contexto militar: tensão crescente na guerra
Desde o ataque com drones ucranianos que danificou dezenas de aviões, analistas observam uma escalada russa com mísseis em cidades como Kherson e Pryluky, causando vítimas civis. Especialistas descartam, por enquanto, a possibilidade de uso de armas nucleares, mas alertam para riscos crescentes de envolvimento internacional.
Interpretação
A rodada de telefonemas de Putin para duas figuras centrais do mundo ocidental — o Papa Leão XIV, com apelos simbólicos, e Trump, com motivações geopolíticas — reflete uma estratégia diplomática multifacetada:
- Com o Papa, visa reaproximação moral e religiosa, lançando um novo discurso de paz.
- Com Trump, busca manter canais abertos com o mundo político dos EUA, avaliando cenários futuros caso o republicano retorne ao poder em 2025.
Ambas conversas sinalizam que a Rússia está adotando, paralelamente ao conflito militar, uma guerra de narrativas e influência diplomática, antecipando possíveis reviravoltas em um cenário internacional cada vez mais instável.